Imagens de "Os Incompreendidos".
1) Em cada ano ocorre o centenário de nascimento de pessoas que se notabilizaram nas atividades a que se dedicaram. Enriqueceram as artes, a cultura, a ciência, etc, e muitas dessas pessoas foram idolatradas por multidões. O ano de 2009 assinala o centenário de nascimento de Carmen Miranda, de quem não preciso dizer nada, tão conhecida se tornou, até, presumo, pelas gerações mais novas. Também ocorre o centenário do ator James Mason. Este, acredito, só é conhecido pelos cinéfilos e críticos da minha geração e anteriores. Foi um grande ator inglês, que fez carreira no cinema americano. Talvez os mais novos se lembrem dele em "Lolita", de Kubrick, a primeira versão adaptada para o cinema do romance de Nabokov, em que interpretava o professor de meia-idade que se apaixona por uma garota. Outro filme seu mais conhecido é "Intriga Internacional", de Hitchcock, em que trabalhava com Cary Grant. James Mason é o meu ator preferido, como já revelei mais de uma vez.
Ao longo do ano haverá centenários de mais gente ilustre (como, me ocorre agora, o de Dom Helder Câmara), que será noticiado pela mídia. Mas o centenário mais importante para mim é de uma mulher anônima, que não escreveu um único poema, uma única crônica, nunca pisou num palco, não apareceu na tela, ficou fora dos jornais, mas teve um significado muito grande na minha vida. Quero me referir a Antônia, ou, melhor, a Neném, como era chamada desde a infância. Quero me referir à minha mãe, que nasceu em 20 de abril de 1909. No momento oportuno estarei aqui lhe prestando uma pequena homenagem
2) Já a "Nouvelle Vague" está completando 50 anos. Lançado em 1959, o filme "Os Incompreendidos" ("Les 400 Coups"), de François Truffaut, é unanimemente reconhecido pelos críticos e historiadores como o iniciador da "Nouvelle Vague". Foi Truffaut, aliás, quem liderou o movimento, ao qual aderiram Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, Eric Rohmer e Jacques Rivette. Críticos atuantes da mitológica revista "Cahiers du Cinéma", os cinco jovens tinham em mente insurgir-se contra o cinema francês feito por cineastas de gerações passadas, com a exceção de Renoir e talvez um ou outro. "O cinema de papai", como eles rotulavam os filmes daqueles veteranos; veteranos, vamos reconhecer, que tiveram a sua importância, como René Clair, Marcel Carné e René Clément, para ficar só com esses nomes.
Mas partindo dessa premissa, a "Nouvelle Vague" promoveu uma renovação na narrativa, na linguagem, levando as filmagens para as ruas (embora o Neo-Realismo já tivesse feito isso), utilizando a luz natural e a câmera na mão, revelando diretores importantes e atores, enriquecendo mais o cinema com grandes obras. Sua busca de renovação é também considerável na influência que exerceu em jovens cineastas de outros países, como os brasileiros que fundaram o Cinema Novo. Dos cinco, apenas o seu líder já não está entre nós, enquanto os demais continuam atuantes. Truffaut faleceu em 1984, aos 52 anos.
3) Peço permissão à minha cara Lili para falar de um assunto que ela relatou no seu blogue http://retinasurbanas.blogspot.com/. É o seguinte. No cargo desde 1997, quando aceitou o convite do então governador Mário Covas, John Neschling (apesar do nome, é brasileiro nascido no Rio), regente titular da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) foi demitido pelo presidente do Conselho de Administração da Fundação OSESP, Fernando Henrique Cardoso. E por e-mail. Mas falam que a demissão partiu do governador José Serra. Segundo Lili, "Neschling foi gravado num ensaio falando que Serra é um 'menino mimado'".
Não dá para acreditar que a demissão do maestro foi motivada por essa frase sobre o governador. Chamar este de menino mimado, se não deixa de ser um desrespeito em termos de relação entre superior e subordinado, não é uma ofensa grave, como tachar Serra de corrupto, mesmo que ele o fosse, ou falar algo de sua vida pessoal. Penso cá comigo que Neschling devia estar incomodando o governador com coisas referentes à orquestra. O governador e, talvez, o presidente da Fundação OSESP não deviam estar satisfeitos com suas possíveis queixas, reclamações, ou reivindicações. O fato de um funcionário dedicado, para não usar uma palavra pesada, ir para um ensaio da orquestra munido de um gravador, dá indícios de que o homem estava sendo "vigiado".
A demissão de Neschling, seja por qual motivo for, é, antes de tudo, uma injustiça e uma desconsideração contra um homem que assumiu a OSESP numa situação difícil e, com afinco e dedicação, levou-a ao estado atual. Enquanto isso, muitos servidores do primeiro escalão e dos abaixo deste nas administrações federal (principalmente), estaduais e municipais saqueiam os cofres da Nação e, na maioria dos casos, só recebem o bilhete azul se eles mesmos quiserem. Mas assim é o Brasil e assim continuará.
1) Em cada ano ocorre o centenário de nascimento de pessoas que se notabilizaram nas atividades a que se dedicaram. Enriqueceram as artes, a cultura, a ciência, etc, e muitas dessas pessoas foram idolatradas por multidões. O ano de 2009 assinala o centenário de nascimento de Carmen Miranda, de quem não preciso dizer nada, tão conhecida se tornou, até, presumo, pelas gerações mais novas. Também ocorre o centenário do ator James Mason. Este, acredito, só é conhecido pelos cinéfilos e críticos da minha geração e anteriores. Foi um grande ator inglês, que fez carreira no cinema americano. Talvez os mais novos se lembrem dele em "Lolita", de Kubrick, a primeira versão adaptada para o cinema do romance de Nabokov, em que interpretava o professor de meia-idade que se apaixona por uma garota. Outro filme seu mais conhecido é "Intriga Internacional", de Hitchcock, em que trabalhava com Cary Grant. James Mason é o meu ator preferido, como já revelei mais de uma vez.
Ao longo do ano haverá centenários de mais gente ilustre (como, me ocorre agora, o de Dom Helder Câmara), que será noticiado pela mídia. Mas o centenário mais importante para mim é de uma mulher anônima, que não escreveu um único poema, uma única crônica, nunca pisou num palco, não apareceu na tela, ficou fora dos jornais, mas teve um significado muito grande na minha vida. Quero me referir a Antônia, ou, melhor, a Neném, como era chamada desde a infância. Quero me referir à minha mãe, que nasceu em 20 de abril de 1909. No momento oportuno estarei aqui lhe prestando uma pequena homenagem
2) Já a "Nouvelle Vague" está completando 50 anos. Lançado em 1959, o filme "Os Incompreendidos" ("Les 400 Coups"), de François Truffaut, é unanimemente reconhecido pelos críticos e historiadores como o iniciador da "Nouvelle Vague". Foi Truffaut, aliás, quem liderou o movimento, ao qual aderiram Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, Eric Rohmer e Jacques Rivette. Críticos atuantes da mitológica revista "Cahiers du Cinéma", os cinco jovens tinham em mente insurgir-se contra o cinema francês feito por cineastas de gerações passadas, com a exceção de Renoir e talvez um ou outro. "O cinema de papai", como eles rotulavam os filmes daqueles veteranos; veteranos, vamos reconhecer, que tiveram a sua importância, como René Clair, Marcel Carné e René Clément, para ficar só com esses nomes.
Mas partindo dessa premissa, a "Nouvelle Vague" promoveu uma renovação na narrativa, na linguagem, levando as filmagens para as ruas (embora o Neo-Realismo já tivesse feito isso), utilizando a luz natural e a câmera na mão, revelando diretores importantes e atores, enriquecendo mais o cinema com grandes obras. Sua busca de renovação é também considerável na influência que exerceu em jovens cineastas de outros países, como os brasileiros que fundaram o Cinema Novo. Dos cinco, apenas o seu líder já não está entre nós, enquanto os demais continuam atuantes. Truffaut faleceu em 1984, aos 52 anos.
3) Peço permissão à minha cara Lili para falar de um assunto que ela relatou no seu blogue http://retinasurbanas.blogspot.com/. É o seguinte. No cargo desde 1997, quando aceitou o convite do então governador Mário Covas, John Neschling (apesar do nome, é brasileiro nascido no Rio), regente titular da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) foi demitido pelo presidente do Conselho de Administração da Fundação OSESP, Fernando Henrique Cardoso. E por e-mail. Mas falam que a demissão partiu do governador José Serra. Segundo Lili, "Neschling foi gravado num ensaio falando que Serra é um 'menino mimado'".
Não dá para acreditar que a demissão do maestro foi motivada por essa frase sobre o governador. Chamar este de menino mimado, se não deixa de ser um desrespeito em termos de relação entre superior e subordinado, não é uma ofensa grave, como tachar Serra de corrupto, mesmo que ele o fosse, ou falar algo de sua vida pessoal. Penso cá comigo que Neschling devia estar incomodando o governador com coisas referentes à orquestra. O governador e, talvez, o presidente da Fundação OSESP não deviam estar satisfeitos com suas possíveis queixas, reclamações, ou reivindicações. O fato de um funcionário dedicado, para não usar uma palavra pesada, ir para um ensaio da orquestra munido de um gravador, dá indícios de que o homem estava sendo "vigiado".
A demissão de Neschling, seja por qual motivo for, é, antes de tudo, uma injustiça e uma desconsideração contra um homem que assumiu a OSESP numa situação difícil e, com afinco e dedicação, levou-a ao estado atual. Enquanto isso, muitos servidores do primeiro escalão e dos abaixo deste nas administrações federal (principalmente), estaduais e municipais saqueiam os cofres da Nação e, na maioria dos casos, só recebem o bilhete azul se eles mesmos quiserem. Mas assim é o Brasil e assim continuará.
3 comentários:
Meu querido Francisco
Também eu gostava muito de James Mason, e procurava não perder um filme com ele.(ultimamente vou pouco ao cinema, por problemas de visão, mas em jovem fui sócia do cineclube do Porto)
Não sabia que este ano será o centenário de Dom Helder da Câmara.
Tenho imensos textos dele guardados, para publicar quando surgissse oportunidade...
Terá que ser este ano.
E permita-me que lhe diga que, se há alguém que mereça homenagem sua, é, sem dúvida,"Antónia Neném"
Continuação de boa semana.
Beijinho carinhoso
Mariazita
CONVITE
Este convite permite-lhe o acesso ao blog A CASA DA MARIQUINHAS,para o qual está convidado a comparecer amanhã, dia 14 de Fevereiro, à hora a que desejar.
Chamo a atenção para o facto de a admissão ser restrita, pelo que deverá fazer-se acompanhar pelo presente “convite”, sem o qual corre o risco de lhe ser barrada a entrada, já que é “Reservado o direito de admissão”.
E porquê amanhã, dia 14 de Fevereiro, dia dos namorados?
Se outro motivo não houvesse, haveria este:
14 de FEVEREIRO DE 2009
INÍCIO DA TRANSMUTAÇÃO DO KARMA PESSOAL E MUNDIAL
No dia 14 de fevereiro as 7h.25m. horário de Greenwich - (São Paulo as 7h.05m. e em Lisboa as 7h37m.) haverá um forte alinhamento dos planetas, todos no signo de Aquário: Sol a 25º, Netuno 24º, Kiron 21º, Júpiter 19º, Nódulo Lunar 8º, Marte 7º e Mercúrio 29º de Capricórnio, todos na 12ª. Casa: do Karma, significa a finalização de um ciclo kármico. A energia atinge toda a humanidade, porém a libertação é individual, é de dentro para fora, ou seja, precisamos estar receptivos a essa energia planetária. A nossa mente, alma e espírito devem estar conectados com essa vibração transformadora, o ideal é realizar uma meditação durante 18 minutos.
A Lua estará no Signo de Balança, emitindo amor e equilíbrio às nossas vidas.
Beijinhos
Mariazita
Interessnte, como sempre, tudo por aqui, especialmente o Conto (autoral?) "Marta"! Mais interessante ainda foi saber que Mason é seu ator favorito (o meu é Brando e, mais recentemente, Heath Ledger, herdeiro direto do Mestre rebelde). Assim como o "Cinema de papai" teve seus vacilos, o nariz empinado de certas "nouvelles vagues" também deslizaram, e assim a arte evolui, especialmente o belo e sempre rico Cinema Francês! E viva os centenários (sobre Carmem, postei nos Morcegos), especialmente o poético sobre sua mãe! Sempre que posso, também "miscelaneio" no meu blogue! Um abraço e parabéns!
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