quarta-feira, abril 11, 2007

DOIS POEMAS


MEU PAI

Na minha memória
sigo pedalando a bicicleta que me deste.
(E fosse a surra,
o meu corpo continuava dolorido?)
Ainda te vejo cochilando na cadeira depois de almoçar.
E te ouço soprando o dorso da mão
e a contar as mesmas histórias.
Orgulho tenho do homem honesto,
devotado ao trabalho,
dos teus deveres de pai.
Mas lembrar não queria
do teu gênio de faca amolada.
E principalmente
não queria lembrar
dos bate-bocas com minha mãe.
ESTRELAS
Onde ela passava deixava um rastro de estrelas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pra que lembrar das coisas tristes? Se as lembramos as revivemos, então lembremos só das boas. O que seria de muitos filhos se não recebessem a mão pesada de seus pais? Um abraço.