quarta-feira, março 29, 2006

4 POEMAS



Formigas

Uma seguindo a outra,
Vão as formigas ao encontro do torrão de açúcar.
Um pé, à espreita, aguarda o momento de esmagar a procissãozinha.


Neném

Era assim, mãe, que te chamavam.
E, talvez, nunca o deixaste de ser.


Discordância

Perdoe a ousadia de discordar de você
Alguém que, na poesia, ainda anda de gatinhas.
E, ademais, ama tanto os versos
Que o seu gênio de vozes múltiplas criou.
Mas, Fernando, não acho que o poeta seja um fingidor.


Circo

Hoje não tem espetáculo:
O palhaço fugiu com o leão.


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