sábado, fevereiro 19, 2005

CURIOSIDADES CINEMATOGRÁFICAS



1. O cinema mostra alguns exemplos de escritores que experimentaram a direção. Dos pesquisados, os mais prolíficos foram Marguerite Duras, roteirista de Hiroshima, Meu Amor (Alain Resnais),, que dirigiu mais de dez filmes, desde sua estréia com La Musica, de 1966, e o italiano Alberto Bevilacqua, com oito filmes na bagagem. Já outro escritor italiano, Curzio Malaparte (autor de A Pele, entre outros livros) , fez apenas O Cristo Proibido, 1951; o mesmo caso do francês Andrè Malraux, com A Esperança (1039). Romain Gary, um francês de origem russa, que escreveu As Raízes do Céu, filmado por John Huston, dirigiu dois filmes estrelados por Jean Seberg, sua então mulher. Um dos fabricantes de best-sellers, Sidney Sheldon, além de escrever roteiros, dirigiu também dois filmes, um deles a cine-biografia de Buster Keaton (O Palhaço que não Ri (1957). No Brasil, pelo que pude apurar, há o caso de Coelho Neto, com um único filme, de título um tanto longo: Os Mistérios do Rio de Janeiro (O Tesouro do Viking, de 1917. Deve haver outros autores que se aventuraram no cinema, mas só consegui apurar os aqui mencionados.
De todos os filmes desses escritores, conheço apenas dois. A Rebelde, 1970, de Bevilacqua, que achei razoável. Já Desejo Insaciável (1967), de Gary, entre outros defeitos, me impressionou a incapacidade dele de dar ritmo adequado à narrativa.
2. O polonês Rudolph Maté é considerado um dos grandes fotógrafos do cinema. Ela trabalhou com Carl Dreyer no clássico O Martírio de Joana Darc e em O Vampiro. Segundo informa Rubens Ewald Filho, em seu livro Dicionário de Cineastas, foi por acaso que ela passou à direção, quando já estava nos EUA. Responsável pela fotografia de Tenha que ser você, ele foi convocado para substituir o diretor Don Hartman, quando este não quis mais continuar o filme, por se sentir incapacitado para resover alguns problemas técnicos. Maté tomou gosto pela coisa e decidiu trocar de vez de função. Não foi uma boa opção. Como diretor, ele esteve longe de ser o brilhante fotógrafo que foi. De uma filmografia relativamente extensa fez alguns filmes medianos, nenhum memorável. O cinema nada lucrou com o ingresso dele na direção e, de quebra, perdeu um destacado fotógrafo. Enfim...
3. Paul Newman vai morrer arrependido de ter feito uma bobagem bíblico-histórica chamada O Cálice Sagrado (Victor Saville, 1954). Ele estava estreando no cinema e, talvez por isso, tenha sido obrigado a fazer esse filme, em que trabalhou com Virginia Mayo, falecida no mês passado.Pois bem. Muitos anos depois quando ele soube que O Cálice Sagrado ia ser exibido num canal de televisão dos Estados Unidos, sabem o que ele fez? Pagou um espaço nos jornais mais lidos dos país, pedindo aos leitores que não fossem ver aquele filme que. ´por ele, teria sido destruído. Não se sabe se os leitores atenderam o apelo desesperado e oneroso dele. Talvez alguns de seus mais ardorosos fãs. Não sei não. Pode ser que o tiro tenha saído pela culatra.

Nenhum comentário: