
dos meus amores cinematográficos.
Eu assistia, no cinemazinho da minha cidade, aos faroestes de Durango Kid, Johnny Mac Brown, Roy Rogers, Rocky Lane, Bill Elliott, entre outros. Eu assistia aos seriados, e por uma semana ficava roendo as unhas à espera do próximo episódio, para saber como o mocinho iria se livrar do perigo. Eu assistia a Jim das Selvas, com o ex-Tarzan Johnny Weissmuller, que substituíra a quase nudez por um silaque. Uma vez ou outra passava um filme romântico, que os meninos chamávamos de "filmes de amor" e os detestávamos, saindo no meio da sessão. Eu assistia, eu assistia...
Chegou a adolescência e fui estudar na capital. Muitas salas de cinema. Nelas a descoberta de outras espécies de filmes. E também de outros atores: Burt Lancaster, Kirk Douglas, James Mason (que elegi o meu ator preferido), Gregory Peck, William Holden, Marlon Brando, Paul Newman e outros, muitos outros. E, sobretudo, a de belas atrizes: Ava Gardner, Virginia Mayo, Audrey Hepburn, Sophia Loren, Brigitte Bardot, Jean Simmons, Claire Bloom, Maureen O'Hara, entre tantas. Algumas amei para sempre e quando uma delas se foi, eu senti a sua perda como a de uma pessoa muito íntima.
Eu era um adolescente que babava, feito uma criancinha, vendo a maioria daqueles filmes, daqueles atores, daquelas atrizes. Com o passar dos anos, no contato com pessoas mais velhas, lendo no jornal críticas sobre filmes, percebi que estes eram feitos não só para a busca do lado lúdico do espectador, nem para explorar-lhe o sentimentalismo. Não, havia um tipo de filme engajado na visão crítica da vida, das pessoas e dos seus sentimentos - um cinema de ideias, como dizia Fellini; e paralelamente a esse conteúdo, havia a preocupação pela forma de narrá-lo, em oposição à dos filmes que tinham a bilheteria como único objetivo. (Verdade que, como me dei conta depois, e isso ocorria sobretudo no cinema americano daqueles tempos, havia filmes que conseguiam conciliar o gosto da crítica e do espectador comum, embora por motivos diferentes.)
Minha visão crítica evoluiu com a minha vinda para Natal, no convívio com alguns sócios do Cineclube Tirol, ao qual me filiei. Também me iniciei na leitura de livros sobre cinema e prossegui na leitura dos grandes críticos dos anos 1960 que escreviam nos jornais do Rio.
Mas ainda vejo (hoje nessa grande invenção que é o DVD) alguns daqueles filmes da minha fase de adolescente. E não deixo de me lembrar das sessões do Cine Canindé. Foi lá que começou o meu amor pelo cinema.
Chegou a adolescência e fui estudar na capital. Muitas salas de cinema. Nelas a descoberta de outras espécies de filmes. E também de outros atores: Burt Lancaster, Kirk Douglas, James Mason (que elegi o meu ator preferido), Gregory Peck, William Holden, Marlon Brando, Paul Newman e outros, muitos outros. E, sobretudo, a de belas atrizes: Ava Gardner, Virginia Mayo, Audrey Hepburn, Sophia Loren, Brigitte Bardot, Jean Simmons, Claire Bloom, Maureen O'Hara, entre tantas. Algumas amei para sempre e quando uma delas se foi, eu senti a sua perda como a de uma pessoa muito íntima.
Eu era um adolescente que babava, feito uma criancinha, vendo a maioria daqueles filmes, daqueles atores, daquelas atrizes. Com o passar dos anos, no contato com pessoas mais velhas, lendo no jornal críticas sobre filmes, percebi que estes eram feitos não só para a busca do lado lúdico do espectador, nem para explorar-lhe o sentimentalismo. Não, havia um tipo de filme engajado na visão crítica da vida, das pessoas e dos seus sentimentos - um cinema de ideias, como dizia Fellini; e paralelamente a esse conteúdo, havia a preocupação pela forma de narrá-lo, em oposição à dos filmes que tinham a bilheteria como único objetivo. (Verdade que, como me dei conta depois, e isso ocorria sobretudo no cinema americano daqueles tempos, havia filmes que conseguiam conciliar o gosto da crítica e do espectador comum, embora por motivos diferentes.)
Minha visão crítica evoluiu com a minha vinda para Natal, no convívio com alguns sócios do Cineclube Tirol, ao qual me filiei. Também me iniciei na leitura de livros sobre cinema e prossegui na leitura dos grandes críticos dos anos 1960 que escreviam nos jornais do Rio.
Mas ainda vejo (hoje nessa grande invenção que é o DVD) alguns daqueles filmes da minha fase de adolescente. E não deixo de me lembrar das sessões do Cine Canindé. Foi lá que começou o meu amor pelo cinema.