sábado, junho 03, 2006

NOMES DE MULHER



Um dos nomes de mulher mais bonitos, para mim, é Beatriz. Na minha cidade havia uma Beatriz, uma mulher bonita, casada com um dentista. Os maledicentes diziam que traía o marido. Não sei, nunca soube, se os boates tivessem um cunho de verdade. Mas deixemos isso de lado. Outos nomes que acho bonitos: Teresa, Letícia, Cecília, Isabel, Lídia e, entre outros, aqueles tomados de empréstimo a alguns nomes de flor. São nomes que não se usam mais. Um pai de hoje, dificilmente, colocaria qualquer um desses nomes citados em uma filha, ou outros, muito usados em épocas passadas. É uma questão de época? Pra mim, não. Mas eles desapareceram, para darem lugar a outros, de preferência de origem americana. O nome Jessica, para citar um, está entre os preferidos. A mulher que trabalha em minha casa tem uma filha Jessica. Antes dela, outra tinha uma filha também assim chamada. A filha de uma amiga das minhas filhas também é Jessica. E conheço várias moças engrossando a lista.
Nomes de mulher. Uma das minhas curiosidades, ao me deparrr com um nome desconhecido, é perguntar à dona se ele é fruto da combinação dos nomes do pai e da mãe. Às vezes, é, outras, não. Aliás, esse artifício, na maioria dos casos, produz nomes de um mau gosto de dar pena da mulher. (E no caso de nome masculino, também.) Sem querer puxar brasa para a sardinha do meu falecido pai, acho que ele foi feliz quando quis adotar esse procedimento, pondo numa das filhas o nome de Zênia. O "Zê" foi tirado do nome, abreviado e com som fechado, de José, o nome dele. José Geraldo, para ser preciso. Enquanto o "nia" migrou de Antônia - o nome da minha mãe, igualmente já falecida. Além de bonito, um nome raríssimo. Só vi até hoje outra pessoa assim chamada: a filha adotiva de um casal amigo aqui de Natal. (Na década de 1950, havia uma candidata a Miss Brasil com um nome quase semelhante ao da minha irmã: Zeina.)
Ah, como certos pais escolhem mal os nomes dos seus filhos! Nunca me esqueci de um nome feminino, que, se tivesse conhecido o pai da moça, não deixaria de perguntar onde diabo ele fora desencavar aquele nomezinho. Eu trabalhava em banco na seção de ordens de pagamento. Essas ordens eram transmitidas, muitas vezes, por telefone. Um cia atendi um telefonema de um colega de Fortaleza. O nome da beneficiária era... MEDDA. O colega, brincando, me advertiu: "cuidado, Sobreira, para não trocar o primeiro D por um R" . E sempre que me lembro desse nome, fico imaginando se a coitada daquela moça nã o terá mudado. Motivos não lhe faltavam.
Quando trabalhei no interior do Ceará, a minha primeira namorada era uma excelente pessoa. Tanto que, terminado o namoro, por iniciativa minha, ela não só não ficou de mal comigo, como se tornou uma boa amiga. Mas, pobrezinha, o nome não a ajudava. Se chamava Primitiva. Mas, garamto, não foi por isso que a deixei.
NOTA - Por motivo de viagem do editor, este blogue só voltará a ser atualizado daqui a dez ou quinze dias. "E aquele abraço pra quem fica".

Um comentário:

Alice Swin disse...

Estava procurando nomes bonitos para o blog de uma amiga e me deparei com este aqui. Em uma lingiagem clara e objetiva contou histórias legais, o que me fez pensar que seu autor é uma mulher. Sem ofenças!
Amei seu jeito de escrever, é como se eu ouvisse alguém falando cada palavra.
Meus parabéns!
Até a próxima, eu prometo que volto.