sábado, abril 16, 2005

FILMES QUE GOSTARIA DE REVER

Na postagem anterior sobre este tema, houve um comentário do escritor Bené Chaves fazendo referência a Brinquedo Proibido (René Clement, 1952), como um dos filmes que ele gostaria de rever. Foi oportuna a intervência de Bené, porque me fez pensar nesse filme, que vi, eu tinha doze/treze anos, na cidade de Cajazeiras (PB), onde passava uma temporada na casa de um irmão. Para ser sincero, não me lembro de nada dele, exceto do casal de crianças, sendo a garota uma lourinha. Devo ter sido levado pelo meu irmão, de vontade própria não iria ver aquele filme de atores completamente desconhecidos para mim. Só muitos anos depois fui descobrir que o diretor Clement gozava, nos anos de 1950, de um certo prestígio junto à crítica. Outra descoberta: a garotinha era interpretada por Brigitte Fossey, que teve uma carreira discreta no cinema ao atingir a idade adulta. Quando já morava em Natal, a partir de 1965, um amigo vivia falando desse filme, que, pelo menos durante alguns anos, foi bem visto pela crítica em geral. O cineasta Luis Buñuel gostava muito dele. Espero um dia revê-lo, nem que seja para ter uma grande decepção.
Um trágico acontecimento - um terremoto - que atingiu a ilha de Sumatra (Indonésia) no mês passado, me fez lembrar do filme Ao Sul de Sumatra. Este eu vi no cinema de Canindé, minha cidade. O meu desejo de revê-lo é motivado pela presença da atriz Suzan Ball. Uma bela e sensual morena que morreu com a idade de 22 anos, abortando uma carreira que parecia promissora. (Vi depois outro filme de Suzan Ball, lançado no Brasil quando ela não mais vivia.) Seu parceiro era Jeff Chandler, que morreira alguns anos depois, com pouco mais de quarenta anos. O diretor é Budd Boetticher, que, ao incursionar pelo western, chegou a ser elogiado pelo lendário crítico francês André Bazin. Uma curiosidade. O título original é East of Sumatra. A mudança da posição geográfica no título brasileiro só pode ter saído da cabeça dos nossos tradutores. Ah, sim. A atriz morreu vítima de um câncer provocado por um ferimento numa perna, durante a rodagem desse filme.
O terceiro filme vi em Fortaleza e já estava mais "velhinho", embora ainda sem a visão crítica que adquiri anos depois. Trata-se de Os Amantes do Tejo, cuja história, da qual só recordo vagamente uma ou outra cena amorosa, é passada em Lisboa. O par romântico era formado por Daniel Gelin e Françoise Arnoul. Essa Françoise Arnoul, já disse na postagem anterior, em que falei de um filme dela, dirigido por Marcel Carné, era uma atriz mignon, não especialmente bonita, mas que irradiava uma forte sensualidade. E naqueles anos de 1950 teve lá a sua popularidade. É só por ela, no frescor da juventude, que gostaria de rever esse filme, pois o diretor Henri Verneuil é o menos confiável dos três aqui citados, embora tenha visto dele uns três filmes interessantes.

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