quarta-feira, janeiro 10, 2007

UM TIPO DE DOENÇA


Quem viu Cinema Paradiso e não esqueceu esse filme encantadoramente nostálgico deve se lembrar de uma expressão dita por um vizinha da mãe do garoto Totó. A mãe, enfurecida depois de ver a filha menor escapar por um triz de ser queimada pelo fogo que atinge sobras de fitas pertencentes ao irmão, que ela pegara para brincar, parte para surrar o filho. É nesse momento que a vizinha solta a expressão "doença do cinema", para recriminar esse veículo que arrasta para o escurinho daquela sala os habitantes da pequena cidade.
"Doença do cinema"? Existe, sim. Ataca milhões de pessoas no mundo inteiro e, o pior, é incurável. E é interessante observar que esses milhões de "enfermos" estão divididos em duas categorias (os que vêem o cinema como um entretenimento - a maioria - e os que o consideram um produto artístico) e embora sejam diferentes, e até antagônicas, as razões que os fazem sucumbir a essa paixão insuperável, aquelas se igualam exatamente por causa do culto a esta. Ou seja, tanto o intelectual quanto o homem comum são atraídos pela magia do cinema.
Anos-luz mais novo do que o teatro, o cinema roubou deste o lugar na preferência das massas, ao mesmo tempo que se tornou um veículo para a outra espécie de espectadores - aqueles dotados de visão crítica.
O espectador comum é ligado especialmente aos atores e atrizes, enquanto o espectador crítico o é ao diretor, embora não deixem de ser admiradores dos intérpretes. Raríssimos diretores conseguem chamar a atenção do cinéfilo comum, mas não pelo mesmo interesse que despertam no estudioso de cinema. Um Chaplin (por causa do personagem Carlitos), um Ford (por causa dos westerns, principalmente os estrelados por John Wayne), um Hitchcock (por causa do suspense que envolme a trama). Talvez um Tati (por causa do personagem Hulot). Quem mais? Dos vivos, talvez Almodóvar. É claro que me refiro aos grandes cineastas.
Com pouco mais de um século de existência, o cinema segue vivo e ainda firme, embora haha perdido muito do seu vigor criativo (sobretudo o americano, hoje, com algumas exceções, subjugado pela violência, o erotismo e os efeitos especiais), devido ao desaparecimento ou à aposentadoria de grandes mestres, responsáveis por o cinema ter adquirido status artístico.
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AMANHÃ, dia 11, esta casota (como gostam de dizer minhas amigas portuguesas) completará 2 anos de "construção". Não posso deixar de agradecer aos que a têm visitado (especialmente aos mais assíduos), por entender que são eles o responsável principal por este blogue ter chegado até aqui. Um grande abraço a todos.

Um comentário:

Conceição Paulino disse...

Já vou a acaminho.
Conta comigo e levo o bolo.
Fica descansado k chega bem fresco e saboroso.
Fiz de amêndoas e massa folhada acompanhado com uma bola de gelado, a gosot, é um pitéu...
Olha concordo, tenho essa dorença mas sou desorganizada e não sei de cinema o k sabes. mas sou uma devoradora de filmes, em CINEMA.
Amanhã, pelo caminho,como chego antes da hora pois já segui viagem, aunda vou ao "nimas" = cinema.
Bjocas e até já, com forte abraço de parabéns.